segunda-feira, 6 de abril de 2015

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DE SOCIOLOGIA

Para o desenvolvimento da disciplina de Sociologia no Ensino Médio, os Conteúdos Estruturantes e os Conteúdos Básicos devem ser tratados de forma articulada. Estas Diretrizes sugerem que se organizem os conteúdos da maneira como eles estão apresentados na tabela de conteúdos básicos, ressaltando que esses se desdobram em conteúdos específicos, próprios da contextualização dos fenômenos estudados.
O objeto de estudo e ensino da disciplina de Sociologia são as relações que se estabelecem no interior dos grupos na sociedade, como se estruturam e atingem as relações entre os indivíduos e a coletividade. Ao se constituir como ciência, com o desenvolvimento e a consolidação do capitalismo, a Sociologia tem por base a sociedade capitalista, contudo, não existe uma única forma de interpretar a realidade e esse diferencial deve fazer parte do trabalho do professor.
O ensino de sociologia no ensino médio tem a finalidade de propiciar ao aluno do Ensino Médio os conhecimentos sociológicos, de maneira que alcance um nível de compreensão mais elaborado em relação às determinações históricas nas quais se situa e, também, fornecendo-lhe elementos para pensar possíveis mudanças sociais. Pelo tratamento crítico dos conteúdos da Sociologia clássica e da contemporânea, professores e alunos são pesquisadores, no sentido de que estarão buscando fontes seguras para esclarecer questões acerca de desigualdades sociais, políticas e culturais, podendo alterar qualitativamente sua prática social.
Quando o cuidado crítico é descurado, o resultado é sempre empobrecedor da ciência. Ou se tem uma Sociologia sistemática, – conceituada como o estudo ordenado dos aspectos elementares e universais da vida social, segundo Florestan Fernandes (1970) – uma sociologia árida e a-histórica, cujos conceitos e teorias formais descolam-se da realidade por pretender descrever a ordem social manifesta e objetiva; ou se tem uma Sociologia pragmática eivada de uma ação militante político-partidária, ou de uma ação assistencial, ambas capazes de confundir conceitos desprovidos de aportes explicativos e raízes histórico-epistemológicas.
Considera-se relevante no exercício pedagógico da Sociologia manter no horizonte de análise tanto o contexto histórico do seu aparecimento e a contribuição dos clássicos tradicionais, quanto teorias sociológicas mais recentes. Os elementos básicos das teorias de Durkheim, Weber e Marx precisam ser desenvolvidos levando-se em consideração o recorte temporal no qual se erige a Sociologia
O tratamento dos conteúdos pertinentes à Sociologia fundamenta-se em teorias originárias diferentes, com seu potencial explicativo atrelado a posicionamentos ideológico-políticos, no sentido de visões de mundo presentes nas interpretações.
Desta maneira, como disciplina escolar, a Sociologia crítica deve contrastar tradições diversas de pensamento, avaliando-lhes os limites e potencialidades de explicação para os dias de hoje. Ao mesmo tempo, o ensino da disciplina deve recusar qualquer espécie de síntese teórica ou reducionismo sociológico, ou seja, deve tratar pedagogicamente a contextualização histórica e política das teorias, seguindo o rigor metodológico que a ciência requer.
A abordagem dada aos conteúdos bem como a avaliação do processo de ensino-aprendizagem estarão relacionadas à Sociologia crítica, caracterizada por posições teóricas e práticas que permitam compreender as problemáticas sociais concretas e contextualizadas em suas contradições e conflitos, possibilitando uma ação transformadora do real.
No desenvolver do seu trabalho o professor pode inspira-rse em um trabalho pedagógico que ganhe especificidade no trato da Sociologia como disciplina científica que se traduz em disciplina curricular no Ensino Médio.

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QUESTÃO 1
Após a leitura do item “Encaminhamento Metodológico” constante na Proposta Pedagógica Curricular da sua disciplina, pontue, a partir do mencionado nesse item, o que faz parte da sua rotina em sala de aula e o que não faz, explicando as razões.

QUESTÃO 2
O que precisa ser alterado / modificado para fins de atualização nesse item da Proposta Pedagógica Curricular de sua disciplina? Explicite o que precisa ser aprofundado de modo a expressar a realidade e almejar o alcance da concepção da disciplina.


12 comentários:

  1. A Sociologia tem como finalidade o estudo das relações sociais humanas, o comportamento do homem em sociedade e em contato com seus pares. Como disciplina do ensino médio, a sociologia permite apresentar aos alunos, em seu processo de amadurecimento educacional e humano, novas perspectivas sobre seu meio social, rotinas e práticas sociais, até então entendidas como naturais ou "normais".
    O estudo das teorias sociológicas clássicas possibilita ao aluno a compreensão da formação do pensamento social, o nascimento da disciplina e seu desenvolvimento. No entanto, para que estas mesmas teorias sejam compreendidas, é necessário analisá-las tendo como base o contexto histórico e social nas quais as mesmas surgiram, e assim, perceber de que forma a sociedade influenciou pensadores da época a refletir sobre si mesmos enquanto participantes de um grupo social.
    Para melhor apresentar as teorias sociológicas, seu contexto de surgimento, e a partir daí, uma nova perspectiva crítica, uma possibilidade metodológica é a leitura em sala de trechos dos textos clássicos. A partir desta leitura, tendo por base a relação professor/aluno, é possível ter o acesso ao contexto e teoria diretamente da fonte, cabendo ao professor a explicação dos pontos relevantes, numa linguagem que possa ser entendida pelos alunos. Além desta prática metodológica, é importante aprofundar em sala de aula, de que forma as teorias clássicas, pensadas em contextos históricos determinados, podem ser utilizadas para pensar a realidade nos dias atuais. Desta forma, a sociologia pode ser pensada como uma ferramenta importante no desenvolvimento do pensamento crítico e na realização de debates mais complexos acerca de temas atuais.

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    1. A Sociologia como disciplina é fundamental para o desenvolvimento do pensamento crítico de nossos alunos. Busco sempre instigá-los a refletir sobre os temas da atualidade para compreender os fenômenos sociais. Os alunos gostam dos debates e aulas expositivas, porém tem apresentando dificuldade na leitura e na escrita. Em nossas aulas temos que explorar cada vez mais as possibilidade da leitura orientada para tentar auxiliá-los em suas dificuldades. Considero a prática da leitura fundamental e nosso maior desafio metodológico é incentivá-la!!!!

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    2. Profª Carolina,
      Excelente contribuição para a disciplina de sociologia. Percebo que optou pelo trabalho metodológico com as teorias e que perpassam os conceitos sociológicos. Como bem apresentou, a leitura dos clássicos é de fundamental importância para a área do conhecimento, sendo o professor de sociologia inicialmente um "intérprete" da teoria e que realiza dois movimentos: de desnaturalização e de estranhamento da realidade cotidiana. Sendo sociólogos, seria de fundamental importância pesquisar a juventude na escola e até mesmo as intercorrências da não leitura.
      Abraços,
      Ped. Michele.

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  2. Em sala de aula procuro sempre ressaltar a importância da Sociologia como disciplina, explicando aos alunos que através dela podemos compreender a sociedade e construir um pensamento crítico/reflexivo, deixando de lado as ideias do senso comum, geralmente, carregadas de preconceito e sem cientificidade. Busco sempre fazer uma contextualização histórica, tanto para explicar o surgimento da Sociologia, como para explicar os fenômenos sociais da atualidade. O grande desafio da minha rotina em sala de aula tem sido trabalhar os conceitos teóricos fundamentais para análise científica com o uso da leitura. O Ensino Médio apresenta grande resistência para realizar leituras em casa e, também, na escola durante as aulas. Considero a leitura fundamental para compreensão das teorias sociológicas, pois a leitura e interpretação de texto permitem ao aluno o exercício do pensamento crítico/reflexo, auxiliando também na escrita. Durante a aula expositiva/dialogada, os alunos compreendem as explicações e as teorias sociológicas, contudo, ao solicitar atividades escritas e analisar as respostas discursivas das provas, nota-se uma grande dificuldade por parte da maioria dos alunos na interpretação/compreensão do texto e exposição escrita. Com o advento das redes sociais (facebook e whatsup), os alunos tendem a escrever pouco, fazendo uso de uma linguagem resumida, quando eles se deparam com um texto de mais de uma página não conseguem se concentrar, pois sua atenção é breve e imediatista. Outro grande desafio durante as aulas têm sido dar sentido a escola como instituição. O desinteresse e a desmotivação estão cada vez maiores, deixando o estudo e a escola como algo sem sentido para o adolescente. Nós professores temos que nos atualizar sempre e nunca desistir de mostrar a importância da escola e valorizar educação. Considero, esse o nosso maior desafio, pois precisamos de uma metodologia eficaz para lidar com estas questões e com os entraves presentes em nosso cotidiano escolar.

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    1. (Professor Danilo Borges da Silva)
      Gostaria de discorrer a respeito do que a professora destacou relacionado ao “desinteresse e a desmotivação” dos alunos e a necessidade de uma metodologia eficaz.
      Na minha concepção esta problemática esta diretamente atrelada aos paradigmas sociais vigentes, inclusive o educacional, na qual encontramos em todas as instâncias da vida social.
      O desenvolvimento e a evolução das ciências ao contribuírem com novas abordagens, ao expandir as perspectivas na busca de melhorias na sociedade, levantaram indagações sobre os atuais modelos paradigmáticos, pois sendo a sociedade fruto de um processo histórico dialético, é comum que ocorra transições paradigmáticas que influenciem todos os setores da vida social, inclusive a educação em particular, afetando diretamente a forma como os indivíduos se relacionam nos meios sociais.
      Partindo desta premissa, o grande desafio que surge é a transposição de um paradigma conservador que caracterizou as instituições sociais nos últimos séculos, em busca de um novo paradigma, que venha proporcionar a renovação das atitudes, valores e crenças no contexto histórico atual.
      Ao se buscar a transposição de um paradigma da ciência, notamos que este influencia todos os seguimentos sociais, inclusive a educação. Os paradigmas não possuem origens lineares, mas sim, vão sendo construído, gerando pressupostos que propõe outras posturas na sociedade.
      Na minha concepção, na educação, os paradigmas conservadores são temporários, pois a sociedade não é mais caracterizada como “sociedade de produção em massa”, mais sim, em “sociedade do conhecimento”.

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    2. CONTINUAÇÃO.
      De modo geral, numa sociedade de produção em massa, as práticas pedagógicas dentro do processo de ensino-aprendizagem são fundamentadas na reprodução do conhecimento, repetição, com abordagens pedagógicas fundamentadas no mecanicismo newtoniano-cartesiano, como evidenciamos nas abordagens pedagógicas do Paradigma Tradicional, Escolanovista e Tecnicista, que ainda norteiam as instituições escolares brasileiras.
      É neste ponto que se torna emergente um novo modelo paradigmático, principalmente referente à instituição escolar. É justamente por ainda vivermos e legitimarmos esses modelos paradigmáticos conservadores na educação que o processo de ensino-aprendizagem não se torna atrativo para o jovem, ainda mais com a era da informação e conhecimento advindos da pós-modernidade. Pois o modelo educacional conservador não se adéqua aos novos valores culturais que a juventude possui, tornando a escola algo maçante de cunho reprodutivo e sem significado para a vida do sujeito inserido nesta instituição.
      Atualmente encontramos várias metodologias e abordagens educacionais para a superação do paradigma tradicional conservador. Um exemplo é a abordagem socio-cultural, que encontramos nas obras, por exemplo, de Paulo Freire cujo pressuposto norteador é enfatizar os aspectos sócio-políticos culturais do contexto brasileiro, tendo como foco a cultura popular, que surge depois da Segunda Guerra Mundial, voltada às camadas economicamente e socialmente inferiores, partindo sempre com projetos relacionados com o povo, possibilitando assim a real participação da população nos meios culturais.

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    3. CONTINUAÇÃO.
      Ainda na abordagem socio-cultural homem e mundo formam um conjunto, pois aqui há uma tendência interacionista entre essas duas categorias; pois o homem torna-se sujeito quando reflete sobre a sua realidade, sobre seu contexto e sobre quais condições vive, tornando-se gradualmente consciente e comprometendo-se em interferir e mudar sua realidade.
      Sociedade e Cultura nessa abordagem, dizem respeito à aquisição das experiências humanas, essas criadas e recriadas constantemente, não são estagnadas, pois está sempre se alterado por críticas feitas pelo próprio homem, isso na medida de sua conscientização e humanização, participando assim como sujeito na sociedade, na cultura e na história, desconstruindo a realidade anterior. Pois as sociedades em geral, caracterizadas por processos culturais alienados, não correspondem à realidade objetiva, há um caráter estático da sociedade fechada. E sua transição, que é o caracteriza essa abordagem, promove um dinamismo na vida social, trazendo contradições e conflitos fazendo com que os velhos modelos não sejam mais válidos para aquele período histórico.
      Relacionado ao processo educacional devemos partir da reflexão sobre o homem com uma análise do seu meio de vida concreto, tornando-o sujeito da educação, pois este só participará ativamente da história se tomar consciência dessa realidade. Assim, o objetivo que deveria ser tomado como principal no ato educativo, seria promover essa tomada, pois a educação é indispensável para passar das consciências tradicionais para a consciência crítica, que também não é fixa, podendo vir a ser alterada.
      Com isso fica evidente que devemos, conforme a professora citou, “precisamos de uma metodologia eficaz para lidar com estas questões e com os entraves presentes em nosso cotidiano escolar”. E é mais do que dever buscarmos essa mudança para que a educação seja transformadora.

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  3. Olá professoras e professores,
    As contribuições estão ótimas! Aguardamos mais participações.
    Abraço,
    Ped. Michele.

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  4. QUESTÃO 1. (Professor Danilo Borges da Silva
    Dentro da minha ação, relacionada à práxis do processo de ensino-aprendizagem da disciplina de sociologia, sempre busco articular os Conteúdos Estruturantes e os Conteúdos Básicos conforme encontramos nas Diretrizes Curriculares de Sociologia do Estado do Paraná. Dentro desta dinâmica organizo os conteúdos de maneira que conteúdos básicos se desdobrem em temáticas específicas, originárias do processo de contextualização do objeto de estudo. Nessa transposição do Conteúdo Básico para os Específicos, juntamente com a contextualização histórica do objeto, demonstro para os discentes que não existe somente uma ótica, fechada e imutável, para a interpretação dos fenômenos sociais pautados. Friso ainda que a pluralidade de interpretações dos fenômenos seja oriunda da forma que a vida social se desdobra a partir do pressuposto da dialética histórico social.
    Meu desafio cotidiano dentro do contexto escolar, relacionado à minha ação docente, é tornar os conhecimentos relacionados às Ciências Sociais mais compreensíveis para os alunos. Esse processo se evidência quando induzo os alunos a transporem a visão do senso comum dos fatos sociais, através do estranhamento e da desnaturalização, assumindo um caráter mais crítico, embasado pela cientificidade que as Ciências Sociais propiciam. É justamente neste ponto que resalto a importância do ensino com pesquisa, pois somente com esta metodologia que conseguiremos nos aprofundar sobre as temáticas a serem refletidas.
    Outro cuidado que sempre me atento dentro do processo de ensino-aprendizagem da disciplina sociologia é demonstrar que todos nós somos seres histórico-políticos e a reflexão crítica sobre o mundo que nos cerca é necessária para intervirmos de maneira eficaz, pois somos agentes de transformação da realidade histórica. É neste ponto que demonstro a importância das Ciências Sociais como instrumento para a formação de sujeitos críticos e reflexivos, aptos a exercerem sua cidadania no contexto social na qual estão inseridos.
    Ainda dentro da práxis do processo de ensino-aprendizagem friso que, ao exemplo de todas as ciências, as Ciências Sociais são frutos de um dado contexto histórico e as suas várias teorias sobre os objetos de estudo carregam ranços político-ideológicos, pois ela é construída por sujeitos críticos que buscam validar suas interpretações sobre a realidade vigente analisada.
    Minha metodologia que opto ao desenvolver o processo de ensino-aprendizagem é embasada pelos pressupostos da metodologia dialética-crítica, pois ao meu ver ela proporciona ao docente compreender o todo, não apenas as partes, sempre focado nas relações micro e macrossociais da realidade vigente do processo histórico. Nessa metodologia consigo prezar a inter e a transdisciplinaridade, sem a hierarquização de disciplinas, aonde o limite de cada ciência é evidenciado. Torna-se assim necessário a introdução da “contradição” para de atingir um conhecimento mais totalizante, pois assim torna-se viável a análise dos conteúdos, acontecimentos e fenômenos sociais sobre suas condições subjetivas.
    Dentro da perspectiva metodológica dialética que adoto como postura dentro do processo de ensino-aprendizagem, consigo induzir os alunos a analisarem sua realidade histórica, ou seja, as contradições sociais, fazendo-os perceber o movimento dialético de construção da realidade social. Somente através desse exercício é que os alunos irão situar-se no espaço-tempo histórico. É neste ponto que considero que o processo de ensino-aprendizagem não é meramente a transmissão de conhecimentos, mas sim, a objetivação do alcance da autonomia intelectual dos alunos.
    Assim concluo que, dentro do processo de ensino-aprendizagem, quando adoto uma metodologia dialética-crítica, consigo levar os alunos a compreender as relações que estruturam a realidade social, o modo de produção capitalista e suas contradições e conflitos, nas dimensões política, econômica, cultural e ideológica.

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  5. QUESTÃO 2. (Professor Danilo Borges da Silva)

    Concluí-se que a educação e a instituição escolar é o meio pelo qual os indivíduos buscam capacitação para a emancipação humana e o exercício da cidadania. Partindo dessa premissa percebemos que a realidade é outra, ou seja, as práticas pedagógicas atualmente estão carreadas de um ranço do Ensino Tradicional, assim a ação pedagógica não tem uma aplicabilidade à realidade do discente. Nesse modelo de ensino nota-se a ausência de uma Aprendizagem Significativa, deixando os alunos de fora do desenvolvimento e do processo de ensino aprendizagem.
    No atual modelo de ensino é nítida a predominância da meritocracia, ou seja, essa pratica exclui de cena os verdadeiros objetos do desenvolvimento da educação, os alunos. Esse modelo tradicional está longe de ser uma educação libertadora, de cunho progressista como a Abordagem Significativa.
    Ao analisar a educação podemos escolher varias perspectivas para se compreender a atual realidade educacional do Brasil. Tudo esta acontecendo na escola: atraso, burocracia e falta de inovação. Tudo isso influência na implementação e avaliação das concepções de organizar os processos de ensino-aprendizagem. Ainda não podemos esquecer que estamos numa sociedade que vive a era da informação e do conhecimento.
    O problema da educação se da pelo conservadorismo das instituições sociais, incluindo a escolar. As instituições escolares necessitam reaprender a aprender, capacitar e formar indivíduos compreensivos, que saibam atuar numa sociedade que esta em constante mudança.
    Para caminharmos em direção a uma educação transformadora, é necessária a reavaliação das políticas pedagógicas incrustadas na instituição escolar, no qual a liberdade não é enfatizada para a comunidade, faltando certa autonomia aos indivíduos inseridos nesta instituição, como ao exemplo do corpo docente, tirando assim a liberdade de criar suas próprias leis de acordo com a realidade escolar.
    É necessário enfatizar que o papel dos educadores na posição de gestores é necessário para a instituição assumir um caráter inovador, priorizando as relações humanas, focalizando e se adequando ao advento das tecnologias, e essas assim servirem de auxilio as pesquisas e a comunicação em tempo real.
    Dentro desta conjuntura estrutural da instituição escolar, as Propostas Pedagógicas Curriculares, na maior parte das vezes, esbarram em procedimentos burocráticos oriundos da gestão escolar, impedindo o desenvolvimento significativo da ação docente. Partindo dessa premissa a aprendizagem deve ser um processo que preze pela negociação de significados, ou seja, sem apreciação da realidade não há aprendizagem significativa. E são justamente essas negociações de significados que as Propostas Pedagógicas Curriculares acabam ocultando este ponto crucial para o desenvolvimento eficaz do processo de ensino-aprendizagem, para que o ensino assuma sua função social de formação de sujeitos críticos e atuantes.
    Outro fato a ser pontuado relacionado às Propostas Pedagógicas Curriculares é que nem sempre se tem flexibilidade para se adotar uma determinada metodologia de ensino de cunho progressista, pois os paradigmas educacionais característicos de uma dada escola, em boa parte, tende a ser tradicional e conservador, influenciando diretamente na formulação das Propostas Pedagógicas Curriculares. Com isso, por exemplo, a avaliação do processo de ensino-aprendizagem fica condicionada a esses paradigmas, afetando diretamente a práxis docente e a maximização da eficácia do processo educacional, pois por esse viés a educação não se torna um produto histórico, perdendo seu caráter político, tornando os sujeitos inseridos na instituição escolar condicionado a correntes opressoras. Somente com a reflexão desta situação que poderemos caminhar para um modelo ideal de educação que infelizmente, atualmente, nos parece tão distante.

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    1. Prof. Danilo,
      Percebo que está cheio de ideias e dispostos a contribuir na quebra de muitos paradigmas ainda vigentes, como do ensino tradicional para a sociologia, que tem com certeza, muitas possibilidades de trabalho interdisciplinar, dentro de um paradigma progressista. A grande questão que continua pendente acredito, que por todos os professores de sociologia são novos na escola e por isso também precisamos rediscutir o encaminhamento metodológico presente na nossa Proposta Pedagógica Curricular. Falo como pedagoga e socióloga e vejo que a proposta ainda está muito genérica, faltando especificar os procedimentos metodológicos a serem adotados. Peço que todos os presentes professores releiam as Diretrizes do Estado para a sociologia, as Orientações Curriculares para o Ensino médio e ainda a Coleção Explorando o Ensino: sociologia (Vol.15). Vamos retomar a estas discussões nas horas atividades.
      Abraços,
      Ped. Michele.

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  6. Caros(as) Professores(as) e Pedagoga Michele.
    Muito importantes as contribuições realizadas em nosso blog.
    As relações interdisciplinares são possíveis no trabalho com a Sociologia, pois, a todo momento, são realizadas inter-relações e a contextualização por parte do professor. É perceptível nas falas dos colegas, a compreensão de que encaminhamentos variados facilitam o trabalho com a disciplina (como exploração dos textos, seminários, debates, etc). Além da exploração dos diversos encaminhamentos e recursos, entendo que a postura de retomarmos e contextualizarmos constantemente os conceitos trabalhados, facilita ao aluno compreender o que se ensina e resgatar conceitos eventualmente não assimilados anteriormente. Essa é a postura metodológica interdisciplinar. Entendo que devemos "cobrar" do aluno de Ensino Médio um amadurecimento enquanto estudante, com atitudes mais autônomas em relação à sua aprendizagem. No entanto, nossos alunos do Ensino Médio não têm tido, na sua grande maioria, hábitos de estudos, hábitos de leitura e perdem, como disse o professor Danilo, a possibilidade de uma "aprendizagem significativa". Compreendo a Sociologia como uma ferramenta importante para esse resgate, para que, através da exploração dos conceitos e teorias da Sociologia, esse aluno compreenda que aprender também é um ato político. Creio estarmos no caminho certo, buscando a superação do senso comum, buscando alunos que realmente aprendam. Todas as contribuições aqui postas trazem elementos relevantes para a superação de um desafio comum: superar o fazer mecânico para a busca da aprendizagem de conceitos tão importantes, como são os conceitos da Sociologia. Pedagoga Carolina

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