segunda-feira, 6 de abril de 2015

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DE HISTÓRIA

Dentro da concepção de história como produto da ação de todos os homens em sociedade, é fundamental que aluno e professor se entendam como sujeitos da sua história e que compreendam a realidade para expressá-la. A relação educando- educador é ativa, com vinculações recíprocas, pois ambos vão descobrir juntos as situações que vivem no grupo ao qual pertencem, buscando dados teóricos de interpretação nas situações vividas por outros homens, em outros lugares ou tempos.
O professor deve defender que a pesquisa faça parte do cotidiano escolar. Não tendo a pretensão de formar pesquisadores, mas fornecer o suficiente para a iniciação histórica. Para que o aluno possa entender o universo de mudanças - que novos saberes são elaborados a cada momento. Isso se dá quando o professor e o alunos utilizam, em sala de aula e nas pesquisas escolares, os métodos de investigação histórica articulados pelas narrativas históricas desses sujeitos. Assim, os alunos perceberão que a história está narrada em diferentes fontes, sendo que os historiadores se utilizam destas fontes para construirem suas narrativas históricas.
O ensino de história deve ter como ponto de partida o aluno que, refletindo sobre o próprio inventário, interpreta o processo histórico desenvolvido até o momento em que está vivendo. Por isso deve levar em conta o que ele pensa, sabe, com o que se interessa e se preocupa.
É importante lembrar que nem sempre o que é mais significativo para o aluno é o que está mais próximo dele. O professor deve criar situações de aprendizagem para que o aluno se identifique enquanto sujeito do processo histórico e isso só é possível quando conhece e entende os processos de produção desse conhecimento.
No processo ensino- aprendizagem, professor e aluno abandonam o tradicional papel de transmissor, de simples narrador de história, e sim o de desenvolver uma atividade reflexiva que lhes permita a compreensão da dinâmica e das contradições do processo histórico.
Para entender as transformações das sociedades nos diferentes tempos e espaços, é fundamental para o ensino de história refletir sobre o meio histórico. É no trabalho com a recorrência histórica que o aluno aprenderá as relações passado/presente e também, se situará nas permanências/mudanças e nas diferenças/semelhanças, percebendo assim a história como processo dinâmico e contraditório.
Para o trabalho com a recorrência histórica é necessário, por parte do professor, uma análise e seleção criteriosa dos documentos a serem utilizados, dentro de situações concretas. Cuidando para não passar uma visão fragmentada da sociedade, ou ser um mero “reprodutor de uma ideologia”. Devendo, sempre, analisar sobre todos os aspectos.
Esses documentos podem ser apresentados em forma de textos, documentos de época e vídeos, por exemplos, levando o aluno a criar e produzir textos, painéis, jornais e pesquisas orientada pelo professor, além de debates, dramatizações e paródias. Essas formas de expressões devem levar o aluno a organizar idéias e registros individuais e/ou coletivamente sobre o conteúdo estudado.
Ao professor, nesse processo, cabe agir como um mediador questionando, orientando e dialogando, dentro de sua concepção histórica e pedagógica. Portanto, para que isso ocorra é necessário um planejamento prévio e criterioso de suas atividades.
A análise dos elementos que permite a recuperação do passado, deve ser feita por meio do diálogo com as fontes , documentos.

Dentro dessa concepção propõem-se priorizar as histórias locais e do Brasil, estabelecendo-se relações e comparações com a história mundial para os anos finais do Ensino Fundamental.E para o Ensino Médio, a proposta é um ensino por temas históricos, ou seja, os conteúdos (básicos e específicos) terão como finalidade e discussão e a busca de solução para um tema/problema previamente proposto.



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QUESTÃO 1
Após a leitura do item “Encaminhamento Metodológico” constante na Proposta Pedagógica Curricular da sua disciplina, pontue, a partir do mencionado nesse item, o que faz parte da sua rotina em sala de aula e o que não faz, explicando as razões.

QUESTÃO 2
O que precisa ser alterado / modificado para fins de atualização nesse item da Proposta Pedagógica Curricular de sua disciplina? Explicite o que precisa ser aprofundado de modo a expressar a realidade e almejar o alcance da concepção da disciplina.

12 comentários:

  1. A relação professor e aluno(a), dentro da sala aula,é fundamental.Principalmente que o papel do professor é de transmissor do conteúdo histórico, mas possibilitando ao educando conhecer a linha verdadeira da transmissão histórica e cabendo a ele se apropriar desse conhecimento e que o mesmo faça uma reflexão crítica ,sabendo apontar as ideologias envolvidas no conteúdo.Jamais como professor expressar uma ideologia direcionada, mas propiciar ao educando, que se ele se opor a um conceito ou conteúdo histórico, faça uma reflexão com base em dados, por ele pesquisado.
    O grande desafio continua,porque a maioria quase absoluta , não tem o hábito da leitura e pesquisa.Tem dificuldade em entender a escrita e não conseguem fazer uma análise de um texto histórico. Profº Italo

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    1. Concordo Profº Italo, nosso maior desafio ainda é, fazer o aluno ler,pesquisar e ter o hábito de estudar.

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    2. Prof. Italo,
      Agradeço pelo seu relato quanto a sua experiência docente.Acredito, que como bem relatou, o professor deve estabelecer o vínculo com o aluno para que o processo de ensino e aprendizagem seja o mais adequado possível. Quanto às questões metodológicas da disciplina, que trabalha com a construção do tempo e das recorrências históricas, a leitura e a interpretação continuam sendo um grande desafio.
      Me posicionando enquanto professora, acredito que esta mudança cultural começa como sementes que são plantas, regadas e acompanhadas cotidianamente. Se um professor gosta de ler e apresenta textos instigantes em sua disciplina, já é o primeiro caminho para a motivação do interesse do jovem. Ainda não temos respostas, mas o espaço de discussão nas horas atividades pode servir para elaborarmos propostas pedagógicas em conjunto.
      Abraços,
      Ped. Michele.

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  2. A proposta acima é muito boa. O desafio a ser atingido vai vir com o tempo.É preciso entender, que para o sucesso de tal proposta, é necessário que o ensino de história seja articulado do 6º ano do fundamental ao final do Médio.Nossos alunos, não sabem estudar, pesquisar, fazer uma resenha, e para que alcancemos resultados positivos, todos os professores tem que caminhar na mesma trilha.Exigindo do aluno leitura, que ele pesquise temas a fins e que escrevam bastante.A proposta é ótima, mas é fundamental acompanhamento pedagógico e muito estudo por parte dos professores,principalmente quando os resultados esperados são negativos.Creio que a proposta acima é a nossa bússola orientadora e temos ainda muito que navegar , ainda estamos zarpando do porto nesse quesito, pois faz pouco tempo, que que começamos a pensar em conjunto e num modelo de história, fundamentado pelo PPP. Profº Italo

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  3. Na tarefa de auxiliar o aluno na construção de seu conhecimento é de fundamental importância que o professor de história atue de modo a possibilitar que seus alunos compreendam-se como sujeitos históricos, buscar empreender junto ao aluno a superação da visão de história enquanto ciência que estuda somente os fatos, acontecimentos e personagens do passado, e para isto se faz necessário que o docente busque diferentes materiais e metodologias de ensino que superem a visão sempre parcial que existe no livro didático, pois apesar de se constituírem em importante ferramenta de auxilio no trabalho do professor, este não pode basear o processo de ensino-aprendizagem exclusivamente neste material.

    O professor de história, utilizando-se da criatividade e do amor ao conhecimento, deve pautar sua atuação profissional na tarefa de demonstrar para seus alunos que existem diferentes versões históricas, e que o aluno é um agente histórico capaz de não só reproduzir os mecanismos presentes na sociedade, mas também de transformá-los através da investigação e tomada de consciência quanto ao meio social no qual está inserido.

    Muito além do trabalho pedagógico que realiza o professor de história deve entender-se também como pesquisador, que não apenas transmite as informações contidas nos livros, mas, sobretudo, orienta e motiva o questionamento e investigação daquilo que os textos e as demais fontes utilizadas apresentam. E justamente esse papel de pesquisador,que torna-se mais difícil. Fazer com os alunos busquem,queiram e apaixonem-se pelo conhecimento é nosso grande desafio. Profª Jane

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    1. Muito bem lembrado profº Jane , além de professor(a), somos produtores do conhecimento histórico e isso conta muito. Nosso formação é constante, lendo, pesquisando e participando da vida pública do país. profº Italo

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  4. 1) Acreditando que a educação pode transformar a sociedade busco, em sala de aula, utilizar os conhecimentos humanos como forma de embasar os alunos para se tornarem sujeitos conscientes e assim exercer a sua cidadania. Para isso é necessário que o professor tenha domínio dos conhecimentos científicos, conhecer a realidade do seu aluno e respeitar o nível de aprendizagem dele.
    Portanto, é necessário considerar os conhecimentos prévios dos alunos no processo de ensino e aprendizagem da História.
    2) Com relação a proposta de encaminhamento de História está de acordo com o que tem sido defendido pelos professores. O uso de fontes históricas nos processos de intervenção didática é fundamental para fundamentar o nosso aluno. E, aqui vejo alguns desafios a serem enfrentados, como: -criar o hábito da leitura entre os alunos; -levá-lo, a partir do conhecimento adquirido, ter um posicionamento sobre determinado assunto; - criar um arquivo digital com fontes históricas para que os professores possam trabalhar em sala de aula.
    Professora Joceli

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    1. Boa Ideia Joceli, concordo com vc, existem desafios, uma coisa que percebo é que nossos alunos fazem uso da internet,mas não pesquisam ou leem sobre assuntos históricos. Minha sugestão a partir de sua posição é um dia fazermos uma feira digital na escola, a ideia brotou de seu texto. Profº Italo

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    2. Concordo Joceli, o aprender e continuar aprendendo é uma atitude básica do docente. Acredito que o professor que não consegue entender as mudanças naturais da sociedade, terão muita dificuldade primeiramente em ensinar e mais ainda em compreender o comportamento do aluno de hoje.
      Prof. Alberto C. Kloster.
      Informática.

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  5. Olá professoras e professores,
    As contribuições estão ótimas! Aguardamos mais participações.
    Abraço,
    Ped. Michele.

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  6. Prezados(as) Professores(as) e Pedagoga Michele.
    Relevantes as discussões realizadas até aqui. As relações interdisciplinares são possíveis no trabalho com a História, pois, a todo momento, são realizadas inter-relações e a contextualização por parte do professor. É perceptível nas falas dos colegas, a compreensão de que encaminhamentos variados facilitam o trabalho com a disciplina (como exploração dos textos, seminários, debates, pesquisas, etc). Além da exploração dos diversos encaminhamentos e recursos, entendo que a postura de retomarmos e contextualizarmos constantemente os conceitos trabalhados, facilita ao aluno compreender o que se ensina e resgatar conceitos não assimilados anteriormente. Essa é a postura metodológica interdisciplinar. Entendo que devemos "cobrar" do aluno de mais leitura e amadurecimento enquanto estudante, com atitudes mais autônomas em relação à sua aprendizagem. Na disciplina de História, os encaminhamentos metodológicos variados podem ser um importante meio de sucesso e garantia da apreensão dos conteúdos por parte dos alunos. Pedagoga Carolina

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  7. O encaminhamento metodológico da disciplina é pertinente, afirmando que o aluno deve se perceber sujeito da sua e da história como um todo, que o professor deve criar situações de aprendizagem que o levem a ser protagonista, que deve-se sair da relação tradicional de professor reprodutor e repetidor de informações, que o professor deve selecionar bem os documentos e fontes a serem trabalhados, para que a história não fique fragmentada, que os mesmos devem ser explorados de maneiras diferentes como vídeos, imagens, textos, painéis, jornais, etc, que o professor deve ser mediador e que deve priorizar história local e do Brasil, comparando com a mundial.
    Na minha prática procuro observar esse encaminhamento, buscando inovar sempre, diversificando, usando imagem, vídeo, trabalhando com História em Quadrinhos, abrindo possibilidades de apresentação de trabalhos de maneiras diferentes como música, dramatização, poesia, etc. Há grandes dificuldades em atingir objetivos, devido ao contexto que vivemos na escola, que é reflexo da sociedade: falta de vontade, sendo que grande parte dos educandos fazem sempre o mínimo, quando fazem, dificuldade de leitura e interpretação por defasagem das séries anteriores, número insuficiente de aulas, ambiente impróprio para as aulas e por aí vai...
    Creio que qualquer discussão ou sugestão são vazias, se mantivermos o modelo atual de escola. Infelizmente esse modelo jesuítico, herdado dos tempos coloniais, está com décadas de defasagem, tornando a escola desinteressante e enfadonha para educadores e educandos, gerando os problemas disciplinares que conhecemos. O conhecimento fragmentado, dividido em “gavetas” (disciplinas) incomunicáveis é cruel.
    O que precisa mudar??? Sugiro aprendizagem por projetos, por áreas de conhecimento, interdisciplinares, que os alunos escolheriam ao ingressar no ensino médio, nunca em grupos superiores a 30, com salas ambiente bem equipadas, profissionais bem preparados e valorizados e muita tecnologia. Nesse modelo atual, com todas as dificuldades já citadas, quem entra lá e consegue “dominar” o povo, usando mil artifícios, e ainda deixa sua mensagem, conforme o PTD elaborado, com certeza está fazendo milagre.


    Prof. DAMASCENO

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