quinta-feira, 23 de agosto de 2012

EVASÃO ESCOLAR: PPP DO COLÉGIO ZARDO

O TEXTO QUE SE SEGUE É UMA REFLEXÃO QUE JUNTA DOIS TEXTOS PRESENTES NO PROJETO POLÍTICO DA ESCOLA. UM DOS TEXTOS FOI ELABORADA PELOS PEDAGOGOS ALEX E CRIS, EM 2011 E O OUTRO É UM DOCUMENTO ENCAMINHADO AO NRE EM 2010 NO QUAL CONSTA A REFLEXÃO SOBRE O ALUNO INFREQUENTE E EVADIDO DA ESCOLA.
Falar do jovem na atualidade é uma tarefa complexa, pois existem diversas dimensões. Bock, Furtado e Teixeira (1999) afirmam que psicologicamente o jovem “vive a angústia que representa a ambiguidade de não ser mais menino e ainda não ser adulto”. Nesta fase, adolescência, as pessoas estão buscando os seus pares e quando encontram extravasam suas emoções; suas atitudes são aceitas porque são as mesmas do grupo, suas preferências são encaradas como normais, pois o grupo tem as mesmas; suas dúvidas em relação ao futuro são compartilhadas com seus pares e assim resolvidas pelos mesmos. Quem não tem o perfil do grupo não pode fazer parte dele, quem quer ser integrante e/ou permanecer no grupo tem de se moldar a ele. Entre os adolescentes existe a contaminação de comportamento. O que um faz, o outro quer fazer. Na busca de seus próprios valores, quando se está começando de despir-se dos valores familiares, o adolescente experimenta muitas coisas, principalmente o que seus amigos fazem (TIBA, 1996, p. 163).
Adolescentes e jovens são os alunos que frequentam o turno da manhã no Colégio Estadual Professor Francisco Zardo. E á noite, são jovens que, em sua maioria, acumulam reprovações no período diurno (caso dos cursos regulares de Ensino Médio), e jovens e adultos, inseridos no mercado de trabalho, que buscam a terminalidade do Ensino Médio ou a qualificação e atualização nos cursos técnicos subsequentes. Com esse alunos segue todo o conjunto de problemas, de angústias, de dúvidas, de desafios, de preguiça, de indisciplina, de displicência, de irreverência, de sonhos. E assim, faz-ne necessário refletir alguns pontos sobre o perfil dos alunos e qual a relação disso com o problema pedagógico chamado evasão escolar.
Temos enfrentado, em nosso cotidiano escolar, o processo de faltas injustificadas de alunos de diferentes turmas e turnos, e a manifestaçao, por parte de alunos e pais / responsáveis, do abandono escolar.Para tanto, várias ações têm sido conduzidas pela Equipe Pedagógica afim de sanar tais problemas, bem como compreender melhor o processo de evasao escolar.
Sabe-se que a Evasao Escolar é quando o aluno deixa de frequentar as aulas, caracterizando o abandono da escola durante o ano letivo. No Brasil, a evasão escolar é um grande desafio para as escolas, pais e para o sistema educacional. Segundo dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), de 100 alunos que ingressam na escola na 1ª série, apenas 5 concluem o Ensino Fundamental, ou seja, apenas 5 terminam o 9º ano (IBGE, 2007). Em 2007, 4,8% dos alunos matriculados no Ensino Fundamental (1º ao 9º ano) abandonaram a escola. Embora o índice pareça pequeno, corresponde a quase um milhão e meio de alunos. No mesmo ano, 13,2% dos alunos que cursavam o Ensino Médio abandonaram a escola, o que corresponde a pouco mais de um milhão de alunos. Muitos desses alunos retornarão à escola, mas em uma incômoda condição de defasagem idade/série, o que pode causar conflitos e possivelmente nova evasão.
Com a expansão da oferta da educação básica a partir da década de 1990, as oportunidades de acesso à escola se expandiram. Com a garantia desse acesso, hoje as escolas recebem alunos das classes populares, pois outrora essa mesma escola e, mais especificamente o ensino médio, era privilégio apenas das elites, onde a instituição chamada escola servia para preparar seus alunos para o ingresso no ensino superior. Com a mudança da oferta de vagas, a escola hoje é formada por um público bem heterogêneo, esses alunos trazem consigo um contexto de desigualdade social, altos índices de pobreza e violência; constituindo-se um universo complexo de relações na escola que agora não pode ser mais exterior a instituição escolar, mais sim compondo a teia de relações da mesma. É notável a expansão da educação básica em term os quantitativos, mas e a cultura da escola? Será que mudou ou ainda continua a escola das elites, que ignora o contexto social do aluno e não o incorpora como ponto de partida para contextualização do conhecimento elaborado. Aqui está um dos grandes problemas da escola atual: saber lidar com as diferenças, respeitando e valorizado cada sujeito na sua individualidade, porém, fazendo a síntese da realidade e cultivando os valores coletivos, tão banalizados na sociedade neoliberal.
A implementação de políticas educacionais deve levar em consideração as rápidas transformações econômicas e tecnológicas do mercado de trabalho, que de forma perversa, acabam gerando a exclusão dentro e fora do universo escolar de estudantes das classes populares. na sua atuação.
A realidade educacional brasileira, desde o início do século XX, vem sinalizando a construção do processo de democratização escolar, centralizando suas metas, ações e problemas a serem superados pelos professores, estudantes, ou na aplicabilidade dos diferentes recursos didáticos. Neste sentido, o êxito da atuação docente exige que os profissionais se apropriem de novos conhecimentos voltados ao atendimento igualitário das demandas sociais. Atualmente, a formação de professores e a capacitação em serviço vivenciam uma realidade totalmente diferenciada do que se pregava anteriormente em termos de capacitação. Uma formação continuada que visa valorizar o professor como sujeito crítico-reflexivo, aponta para a relevância da “reflexão na ação, da reflexão sobre a ação e da ref lexão sobre a reflexão na ação.” (PIMENTA, 2002, p.29).Mediante tal problemática, a figura dos profissionais da educação apresenta dificuldade em atender as necessidade e acompanhar os cursos básicos para melhoria da sua prática docente, mas a carga horária excessiva desencadeia prejuízos visíveis
A escola pública brasileira se depara com situações corriqueiras que geram novos problemas sociais, econômicas, políticas e culturais, que se agregam aos existentes e ampliam a crise no ensino público. A escola mediante tais questões reproduz relações autoritárias que se produzem no conjunto da sociedade e do Estado.
Assim, a instituição escolar um espaço destinado para análise da verdadeira função social e histórica, bem como da sua relação com os diversos problemas sociais, entre eles, a falta de perspectivas de emprego por parte dos adolescentes inseridos numa sociedade capitalista, cujo modelo econômico é excludente e fundamentado no pensamento neoliberal (Neoliberalismo, ou estado neoliberal, são termos empregados para designar um novo tipo de estado que surgiu na região nas últimas duas décadas. Vinculado às experiências de governo neoconservadores como Margareth Thatcher, na Inglaterra.Ronald Reagan, nos Estado Unidos ou Brian Mulrony, no Canadá, a primeira experiência de neoliberalismo econômica i mplementada no Chile depois da queda de Allende. Mais recentemente capitalismo popular de mercado propugnado pelo governo de Carlos Saúl Menem na Argentina ou o modelo de Salinismo no México representam , com as peculiaridades dos casos argentino e mexicano, um modelo neoliberal.(TORRES 2008, p.107)), que além de tudo combate a destinação de recursos para a implementação de políticas sociais. Logo, o argumento apresentado seria o de acompanhamento das mudanças provenientes da sociedade contemporânea, tendo o jovem como sujeito de inúmeras dimensões, uma vez que está exposto no mundo competitivo, individualista e repleto de incertezas da sua vida pessoal e profissional.
O momento histórico apresenta e impõe novas formas de redefinir as práticas pedagógicas e concepções de escola pública brasileira. Os problemas educacionais da sociedade contemporânea, pelo modo como interferem em todas as dimensões fundamentais da vida humana, exigem particularmente dos professores uma abordagem metodológica que contemple instrumentos do saber elaborado (Saviani, 1995), que retrate uma postura crítica e interveniente no momento presente, num modo de olhar e programar o futuro, a partir de uma compreensão do mundo globalizado com todos os seus encantos e desencantos, crises e barbáries, para possibilidades e entender e compreender as contradições existentes no contexto social
A educação, segundo estabelece a Constituição (arts. 205 e 227), é um direito público subjetivoque deve ser assegurada a todos, através de ações desenvolvidas pelo Estado e pela família, com a colaboração da sociedade. Quando trata especificamente do direito à educação destinado às crianças e aos adolescentes, o Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 4º) o descreve como um dever da família, comunidade, sociedade em geral e do Poder Público.
Destas normas, constata-se que a educação não é um direito cuja responsabilidade é imposta exclusivamente a um determinado órgão ou instituição. Na verdade, é um direito que tem seu fundamento na ação do Estado, mas que é compartilhada por todos, ou seja, pela família, comunidade e sociedade em geral, resultando evidente que, segundo ROCHA (1999) a “educação deixou de ser um tema exclusivo dos trabalhadores da área para ser uma questão de interesse de toda a sociedade”. 
Assim, por força da Constituição e do ECA, são parceiros necessários quando o tema é educação: Família, Escola, Conselho Tutelar, Conselho da Educação, Conselho da Criança e do Adolescente, Núcleo Regional de Educação, Secretaria de Educação, Assistência Social e Saúde, Universidades, Policia Militar e Civil, Ministério Público e Judiciário. Em Curitiba, ainda conta-se com a atividade da Rede de Proteção que articula o atendimento a crianças, adolescentes e suas famílias. A Rede de proteção atua de forma integrada entre as várias instituições da área social para proteger a criança e o adolescente que se encontram em situação de risco para a violência.
Dentro desse contexto, verifica-se que, entre os vários problemas que afligem a educação, a evasão escolar e a reiteração de faltas injustificadas, apresentam-se como um grande desafio àqueles que estão envolvidos com o referido direito. É uma questão relevante, a ponto do Estatuto da Criança e do Adolescente estabelecer a necessidade de ser partilhado tal problema, para evitar a sua ocorrência, deixando de ser um problema exclusivo e interno da instituição de ensino. Quando tais situações se verificam, constata-se que o direito à educação não está sendo devidamente respeitado, justificando a necessidade de intervenção dos órgãos responsáveis, conforme apontados na Constituição e no Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB9394/96) e o Estatuto da Criancça e do Adolescente (ECA), um número elevado de faltas sem justificativa e a evasão escolar ferem os direitos das crianças e dos adolescentes. Nesse sentido, sabemos que cabe a nós, Equipe Pedagógica, valer-se de todos os recursos dos quais disponha para garantir a permanência dos alunos na escola. Prevê ainda a legislação que esgotados os recursos da escola, a mesma deve informar o Conselho Tutelar do Município sobre os casos de faltas excessivas não justificadas e de evasão escolar, para que o Conselho tome as medidas cabíveis.
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) ou a lei 8.069 foi aprovado em 13 de julho de 1990 através de um movimento da sociedade civil organizada que reivindicou com ações propositivas a cidadania de crianças e adolescentes. Antes do ECA, existia o Código de Menores, uma lei apenas para pobres, abandonados, carentes ou infratores, que deixava quase tudo nas mãos dos juízes e das FEBEM´s e não oferecia possibilidades de participação da sociedade. Fruto da luta da sociedade pelos direitos infanto-juvenis, o ECA garante que todas as crianças e adolescentes, independente de cor, raça ou classe social, sejam tratados como cidadãos que precisam de atenção, proteção e cuidados especiais para se desenvolverem e serem adultos saudáveis. Já a Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - LDB, diz:
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
       § 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.
                 § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
 
Sobre a questao da educaçao, o ECA diz:
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Art. 53 . A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - direito de ser respeitado por seus educadores; 
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; 
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; 
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. 
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.
Art. 55 . Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. 
Art. 56 . Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: 
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; 
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.
Art. 57 . O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório. 
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura. 
Art. 59 . Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.
De acordo com essas prescriçoes, podemos, entao, compreender quais são as obrigações do Estado para com a Educação, que é recensear os alunos no ensino fundamental, fazer a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência às aulas, além de estimular pesquisas e novas propostas sobre currículo, metodologia, didática e avaliação, a fim de inserir crianças e adolescentes no ensino fundamental obrigatório. Portanto, fica claro que sobre o aluno que nao está frequentando a escola a ação da escola é tomar as providências cabíveis e informar ao Conselho Tutelar. Um vez informado, é dever do Conselho Tutelar zelar para que os direitos sejam respeitados.
O Conselho Tutelar é um órgão criado por meio de lei municipal para atender crianças e adolescentes ameaçados ou violados em seus direitos e para aplicar medidas de proteção. Por direitos violados entenda-se: não freqüentar a escola, não ter acesso à saúde, não viver em condições dignas, entre outras. Cabe ao Conselho Tutelar, encaminhar à justiça os casos pertinentes; requisitar certidões de nascimento e de óbito de crianças e adolescentes, quando necessário, e levar ao conhecimento do Ministério Público fatos considerados pelo Estatuto como infração administrativa ou crime. Além daqueles que demandem ações judiciais de perda ou suspensão do pátrio poder. O Conselho Tutelar é um órgão autônomo em suas decisões e não está subordinado a pessoas ou órgã os, mas ao estatuto, do qual deve fazer uso, sem omissão nem abuso.
O Conselho Tutelar tem poderes para aplicar sete tipos de medidas de proteção: Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; orientação, apoio e acompanhamento temporários; matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente; requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; inclusão em programa oficial de auxílio, orientação e tratamento de alcoólatras e toxicômanos e abrigo em entidade. 
A Evasão escolar é o que ocorre quando um aluno deixa de frequentar a escola e fica caracterizado o abandono escolar. A evasão escolar traz várias conseqüências para a população dentre elas a marginalização, baixa auto-estima, distorção idade/série, repetência, desemprego, desigualdade social entre outras.
De acordo com as pesquisas, as causas da evasão escolar são variadas: condições socioeconômicas, culturais, geográficas ou mesmo questões referentes aos encaminhamentos didáticos – pedagógicos e a baixa qualidade do ensino das escolas podem ser apontadas como causas possíveis para a evasão escolar no Brasil. Dentre os motivos alegados pelos pais ou responsáveis para a evasão dos alunos, são mais frequentes nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 9º ano) os seguintes: Escola distante de casa, falta de transporte escolar, não ter adulto que leve até a escola, falta de interesse e ainda doenças/dificuldades dos alunos. Ajudar os pais em casa ou no trabalho, necessidade de trabalhar, falta de interesse e proibição dos pais de ir à escola são motivos mais frequentes alegados pelos pais a partir dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e pelos próprios alunos no Ensino Médio. Cabe lembrar que, segundo a legislação brasileira, o ensino fundamental é obrigatório para as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, sendo responsabilidade das famílias e do Estado garantir a eles uma educação integral.
São várias e as mais diversas as causas da evasão escolar do aluno. No entanto, levando-se em consideração os fatores determinantes da ocorrência do fenômeno, pode-se classificá-las, agrupando-as, da seguinte maneira:
  • Escola: não atrativa, autoritária, professores despreparados, insuficiente, ausência de motivação, etc.
  • Aluno: desinteressado, indisciplinado, com problema de saúde, gravidez, etc.
  • Pais/responsáveis: não cumprimento do pátrio poder, desinteresse em relação ao destino dos filhos, etc.
  • Social: trabalho com incompatibilidade de horário para os estudos, agressão entre os alunos, violência em relação a gangues, etc.
Ao analisar os aspectos sociais que determinam, direta ou indiretamente , a evasão escolar, podemos constatar, no contexto escolar do Colégio Zardo, o seguinte:
  • Falta de acompanhamento familiar: A família é um fator determinante na educação do cidadão. Se a família não acompanha o seu(s) filho(s) em suas atividades escolares ou não oferece estímulos e incentivos, certamente contribui para o fracasso escolar do aluno. Segundo BRANDÃO (1983), “o fator mais importante para compreender os determinantes do rendimento escolar é a família do aluno, sendo que, quanto mais elevado o nível da escolaridade da mãe, mais tempo o aluno permanece na escola e maior é o seu rendimento”. Desse modo, compreende-se que o abandono da escola pelo aluno passa, primeiramente, pela formação escolar da família.
  • Ausência de Políticas Públicas Adequadas: Desigualdades sociais são presentes na sociedade brasileira, e segundo ARROYO (1991), são resultantes das “diferenças de classe”, e são elas que “marcam” o fracasso escolar nas camadas populares: “É essa escola das classes trabalhadoras que vem fracassando em todo lugar. Não são as diferenças de clima ou de região que marcam as grandes diferenças entre escola possível ou impossível, mas as diferenças de classe. As políticas oficiais tentam ocultar esse caráter de classe no fracasso escolar, apresentando os problemas e as soluções com políticas regionais e locais.” Dados diversos revelam uma realidade bastante preocupante e que atinge a escola, o Município, o Estado e o país. Embora medidas governamentais tenham sido tomadas para erradicar a evasão escolar, como por exemplo, o Programa Nacional de Alimentação Escolar, a criação do programa Bolsa Família, a implantação do Plano Desenvolvimento Escolar (PDE), o Programa FICA, etc., ainda não são suficientes para garantir a permanência do aluno na escola.
  • Desemprego: conforme vários estudos, os alunos de nível sócio-econômico mais baixo têm um menor índice de rendimento e, de acordo com alguns autores, são mais propensos à evasão. Em face da realidade do desemprego no país, a evasão escolar cresce bastante, pois muitos alunos acabam desistindo da escola pela necessidade de contribuir para a subsistência da família. Sobre a evasão escolar dos alunos dos cursos noturnos MEKSENAS (1998), aponta que a evasão destes alunos se dá em virtude de estes serem “obrigados a trabalhar para sustento próprio e da família, exaustos da maratona diária e desmotivados pela baixa qualidade do ensino, muitos adolescentes desistem dos estudos sem completar o curso secundário”.
  • Escola: Embora alguns autores apontem o aluno e a família como responsáveis pelo fracasso escolar, outros atribuem à escola o fator determinante da evasão. FUKUI (1983) ressalta que “o fenômeno da evasão e repetência longe está de ser fruto de características individuais dos alunos e suas famílias. Ao contrário, refletem a forma como a escola recebe e exerce ação sobre os membros destes diferentes segmentos da sociedade”. E dentro da escola, o professor por conseguinte também é apontado como produtor do fracasso escolar. Para ROSENTHAL e JACOBSON ((in GOMES, 1994) a responsabilidade do professor pelo fracasso escolar do aluno se deve às expectativas negativas que este tem em relação aos seus alunos [...] que muitas vezes, apre sentam comportamentos de acordo com o que o professor espera deles. Estes teóricos mostraram através de seus estudos, que as expectativas, em geral, podem influenciar os fatos da vida cotidiana, e que geralmente, as pessoas parecem ter a tendência a se comportar de acordo com o que se espera delas. Assim, a expectativa que uma pessoa tem sobre o comportamento de outra, acaba por se converter em realidade. Também pela forma como ministra suas aulas, da maneira que utiliza para trabalhar os conteúdos o professor pode incentivar ou desestimular as crianças. Muitos na verdade ainda atuam em total despreparo. E apesar dessa constatação muitas vezes a escola não reflete sobre a necessidade de esses profissionais redimensionarem suas práticas de maneira a possibilitar o interesse dos alunos pelos estudos. Sempre tendo em consideração que a evasão escolar se relaciona diretamente com outros importantes temas da pedagogia, como: formas de avaliação, reprovação escola r, currículo e disciplinas escolares.
  • O própria aluno: outro aspecto determinante da evasão escolar e que também merece uma reflexão mais atenta, refere-se aos alunos que, sem um motivo aparente, vem deixando a Escola lentamente. Tal fato exige uma atenção e reflexão tanto por parte da escola quanto por parte da família, porque reflete o interesse do aluno em prosseguir seus estudos. Tal situação exige que, tanto a Escola quanto a Família, investiguem, procurem saber os motivos pelos quais o aluno está abandonando a escola para que possam interagir e buscar soluções, no sentido de encontrar possibilidades que venham impedir a evasão ou promover a volta do aluno para a escola. 
Por fim, combater a evasão escolar sugere, portanto, que é preciso atacar, de imediato, no seio da escola, em duas frentes: uma de ação imediata que busca resgatar o aluno “evadido”, e outra de reestruturação interna que implica na discussão e avaliação das diversas questões citadas anteriormente, passando, por mudanças na própria prática pedagógica utilizada pelo professor em sala de aula.
Há necessidade ainda, de frisar que, tomadas tais atitudes e desenvolvidas tais ações pela escola, é emergente que a mantenedora, SEED, também realize as ações que assegurem políticas públicas de como forma de conter a evasão, mantendo o aluno na escola para seu êxito.
Um dos aspectos abordados, na escola, é a questão metodológica do professor. Metodologia é um campo que procura descrever, pesquisar e justificar os melhores métodos e técnicas de determinada área. Sendo assim, cada área tem a sua metodologia específica. A metodologia procura descrever os melhores métodos e técnicas para que o ensino-aprendizagem possam ser desenvolvidos com maior qualidade e motivação. Entende-se, portanto, que para transmissão do conhecimento é necessário tê-lo.
Para ilustrar melhor o processo metodológico de ensino, apresentamos o encaminhamento realizado pela professsora Claudia Filisbino, coordenadora do curso de Meio Ambiente, a qual orienta os professores do curso técnico da seguinte maneira:
...peço aos professores que percebam os alunos com olhar de mudança, que caprichem em seus conteúdos (como já vem acontecendo), que façam os alunos trabalharem, que usem a criatividade em aulas incrementadas e participativas, que apresentem trechos de filmes para ilustrar o conteúdo, que alternem as dinâmicas de sala de aula, que mudem o ambiente de vez em quando, que apresentem atividades que tenham a ver com o conteúdo. Tudo isso, somente nós, professores, temos para oferecer aos alunos e fazê-los mais incentivados e a realmente fazer o processo deslanchar. Acreditem nos alunos, ajudem-nos a resgatar a auto-estima perdida ou adormecida. Temos de fazer a nossa parte e fazer os alunos cumprirem a deles. Vamos entrar animados na sala de aula e acreditar na mudança. A partir do momento que os alunos perceberem o professor mais animado e motivado, com certeza a valorização dos trabalhos será bem melhor.”
(Professora Claudia Felisbino, Mural da escola, agosto de 2011)


Alexandro Muhlstedt e Maria Cristina Stival 
                                                                         Pedagogos - Agosto 2011 

QUESTIONAMENTOS

1. Quais os fatores internos geram evasão em nossa escola?

2. Como o trabalho docente contribui ou não para a Evasão?

3. Que conhecimentos são necessários aos profissionais da educação para planejar o trabalho escolar com vistas de prevenir a evasão?

4. Quais dificuldades encontramos em nosso cotidiano para lidar com o problema da evasão?

21 comentários:

  1. Percebo que no 6º e no 7º ano quase não existe evasão escolar. O que pode haver é um ou outro aluno mudando de bairro, por isso precisa mudar de escola. Casos pontuais de dois ou três alunos que realmente não se adaptam ao sistema e por problemas de indisciplina acabam saindo do Zardo.Quanto ao ensino médio do diurno, não há um esvaziamento preocupante, pois as turmas se mantém com 35, até 40 alunos. O problemamaior está no noturno e como já relatei no texto anterior, são variados os problemas e os motivos. Quanto ao trabalho docente, é importante o professor manter-se atualizado(na minha área) e sempre com metodologias que instiguem a curiosidade e a vontade do aluno em aprender mais. Mas não basta só o professor, o aluno tem que ter o estímulo de casa! Os pais precisam (voltar) a acreditar que a educação ainda é a melhor herança que deixarão para seus filhos e os motivarem a estudar e se interessar pelos estudos e se desenvolverem intelectual e culturalmente DA MESMA MANEIRA E INTERESSE QUE TEM e gostam de comprar um celular novo ou um iped ou sei lá qual utensílio tecnológico de última geração que tá rolando agora! Quanto aos conhecimentos necessários para o profissional, não há segredo: saber o conteúdo da sua matéria e saber fazer uma conexão com a vida! Se o que o aluno estuda na escola estiver desvinculado totalmente da sua vida é mais difícil fazê-lo prestar atenção ou participar. às vezes você precisa para uma aula, esquecer o conteúdo e deixar que eles falem a respeito de algo que fatalmente(raras excessões)vai levar ao conteúdo PORQUE TUDO ESTÁ VINCULADO! Um conhecimento com as tecnologias e o uso delas nas aulas também é importante( mas não é imprescindível)porque é uma prática que não tem volta(haja visto o quanto os profs sofrem para que o aluno desligue o celular durante a explicação).Que fique claro que não estou defendendo o uso de celular durante as aulas, mas está cada vez mais difícil( e cada vez é uma briga em sala de aula com um ou outro aluno mais rebelde) fazer com que o aluno deixe o celular ou o fone de ouvido e participe....Quanto a lidar com os problemas da evasão, é uma tarefa árdua, porque primeiro você precisa saber os motivos que levaram os alunos a abandonarem a escola e isso leva um certo tempo, depois precisa fazer contato para a análise e a reversão do processo...talvez fazer reuniões com os pais, para que eles sejam nossos maiores aliados e juntos mantermos os alunos(filhos destes)na escola. Essas reuniões com certeza já vêm sendo feitas há algum tempo pela escola. Só precisamos esperar os resultados, que como toda ação demora um tempo para render frutos. É isso! Marilise.

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    1. Olá Marilise, faço minhas as suas palavras...

      Gilmara.

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    2. OS MOTIVOS SÃO MUITOS COMO O PRÓPRIO TEXTO AFIRMA E A PROFESSORA RESSALTA. AS MEDIDAS POR PARTE DA ESCOLA, ESTÃO SENDO TOMADAS HÁ TEMPO DENTRO DAS SUAS PRÓPRIAS POSSIBILIDADES. A ESCOLA ABERTA À COMUNIDADE, TOMA MEDIDAS PREVENTIVAS TANTO NO ASPECTO PEDAGÓGICO QUANTO NO QUE DIZEM RESPEITO À INTERAÇÃO COM OS PAIS DOS EDUCANDOS E PROFESSORES. EXEMPLO DISSO SÃO AS REUNIÕES EM QUE OS PAIS SÃO CONVIDADOS A COMPARECER À ESCOLA NUMA TENTATIVA DE SANAR OS DESAFIOS QUE ORA SE APRESENTAM.
      AS POLÍTICAS PÚBLICAS, BEM APLICADAS, COM CERTEZA MINIMIZARIA TAL DESAFIO. COMO SUGESTÃO PRÁTICA: TANTO PARA OS CURSOS TÉCNICOS E REGULARES, PROPORCIONAR CONDIÇÕES PARA QUE PARTICIPEM DE ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS NO ÚLTIMO ANO DO CURSO, PARCERIA COM EMPRESAS COMO A SANEPAR (MEIO AMBIENTE), COPEL(TÉCNICO)BEM COMO COM AS EMPRESAS PRIVADAS.OS EDUCANDOS DEVEM CONHECER O AMBIENTE ONDE PODERÃO TRABALHAR FUTURAMENTE. PALESTRAS PODERÃO SER PROMOVIDAS COM PESSOAS ENVOLVIDAS COM O DESAFIO DA DROGADIÇÃO, TESTES VOCACIONAIS DO PRIMEIRO AO TERCEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO, MONTAR EQUIPE MULTIDISCIPLINARES QUE VISITEM OS FAMILIARES DAQUELES EDUCANDOS QUE APRESENTAM MAIORES DIFICULDADES. PROJETO DE INCENTIVO AO BOM ALUNO PROPORCIONANDO A ELE, BOLSA DE ESTUDOS.FESTIVAIS DE MÚSICA, DANÇA, A EXEMPLO DO QUE JÁ ACONTECEM NA ÁREA DE ESPORTES. OUTRO ASPECTO JÁ DISCUTIDO É O DA INDISCIPLINA. POR QUE NÃO DISPONIBILIZAR À ESCOLA, PROFISSIONAIS PREPARADOS(INSPETORES) PARA AUXILIAR NA CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE ESCOLAR? POR QUE AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DA REDE PARTICULAR INVESTEM E MUITO NESTE SETOR? SINAL DE QUE BUSCAM E ENCONTRAM RESULTADOS!PROFESSORES SÃO AMEAÇADOS POR ALUNOS QUE NÃO VÊEM NA ESCOLA UM AMBIENTE DE ESTUDOS, COMPARECEM À ESCOLA POR OUTROS INTERESSES EVIDENTES. COM ALUNOS APRESENTANDO MÚLTIPLOS PROBLEMAS COMO OS JÁ MENCIONADOS, TORNA-SE AINDA MAIS DESAFIADOR, A NÓS PROFESSORES, APRESENTARMOS COMO "SALVADORES DA PÁTRIA", A RESPONSABILIDADE É DE TODOS! APRESENTO AQUI ALGUMAS SUGESTÕES QUE, UNIDAS A OUTRAS INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS, PODERÃO FAZER A DIFERENÇA. JOÃO VIANEI BRAGA (FILOSOFIA)

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    3. Oi Mariliese
      No final de sua reflexão você escreve: "Só precisamos esperar os resultados, que como toda ação demora um tempo para render frutos."
      E isso é algo que nos é muito caro.
      O tempo escolar não é o mesmo tempo de nossos alunos.
      Quando nos damos conta o bimestre já encerrou... e junto a questões de evasão, quantas outras lidamos diariamente?
      Não podemos desanimar, claro. Afinal é nosso trabalho!
      Mas está ficando cada vez mais difícil lidar.
      Há mais excessões que regras!

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    4. Pois é, mas de uma ação, vem um resultado, melhor ou pior, que por sua vez torna-se ação, e assim outro resultado...não é o que fazemos todos os dias? ações em busca de resultados? A ação da escola(chamamento de pais e investigação para minimizar evasões) estão sendo feitas. Agora vamos ver o que dá(se por acaso vai melhorar o IDEB...) neste processo, vamos agindo=ensinando, nos aprimorando, cobrando(dos alunos) e durante o ano todo e em todos os anos....a nossa missão é essa!bjus para onônimo.

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  2. A escola em dias atuais desenvove muitas funções, inclusive diversas delas de responsabilidade da família, familia esta, que hoje sai para trabalhar e deixa os filhos sozinhos, na creche, com a vizinha, dentre outros; responsabilidades também, que tomam muito tempo, do professor, em sala de aula, como chamar a atencão de alunos que não tem limites, não tem respeito e pior ainda, se dedicam a tudo, fones, celulares e dispersão de diversas maneiras, o tempo todo, e por ultimo, menos importante e mais chato e dispendioso, como os alunos assim consideram, que é participar da proposiçào do professor. Por outro lado, todos nós profissionais da escola, especialmente professores, temos que ter direcionamento das aulas e conteúdos, de maneira organizada e bem preparada, pois o aluno precisa ter sequencia e ser direcionado pelo profissional ao longo do ano, em cada disciplina, cada qual com suas especificidades. Desta maneira é possível "amenizar" a dispersão dos alunos, é necessário citar que, para o profissional da educação produzir esta aula, precisa de muito tempo para leitura, estudo, aprendizado, disponibilidade de mídias e conhecimentos para utiliza-las, tempo para organizar estas aulas, e o tempo destinado para hora-atividade, disponível pelo estado é minimo, assim como o salário desmotivador do professor, a falta de recursos a disposição. Por outro lado, muito problemas socio-econômicos refletem diretamente no trabalho da escola, e como não de competencia unica da escola, nem sempre é possível manter e ou trazer o aluno de volta para a sala de aula. De maneira específica, vejo que nós profissionais desta escola, nos empenhamos muito, conjuntamente com toda a equipe, para promover ações contínuas e bem direcionadas tanto na busca para reduzir a evasãã, quanto no contexto geral da sala de aula, voltado a aprendizagem, onde somos compromissados, dedicados, companheiros e responsáveis, e cito mais, somos carinhos e tentamos constantemente valorizar os alunos, principalmente do horário noturno, onde a evasão é pouco mais acentuada; por outro lado, no horário da manhã, temos evasão mínima, mas a motivação, a falta de interesse e o desempenho dos alunos deveria ser, pelas condições e "facilidades" que os mesmos tem, muito maior enquanto produção de conhecimento, e deveria ser muito menor a falta de limites e de educação.
    "Nós profissionais da educação ainda sonhamos com o máximo possível de dedicação dos alunos, voltada ao conhecimento e a aprendizagem".
    Gilmara.

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    1. Gilmara, esqueci de uma coisa realmente importante, a qual você menciona no seu texto: O TEMPO QUE O PROFESSOR NECESSITA-E NÃO TEM- PARA PREPARAR BOAS AULAS E MINISTRÁ-LAS... É fácil falar, o discurso de que o professor precisa preparar bem suas aulas é figura notória nos apontamentos de quem escreve sobre como "incentivar os alunos"...mas e a nossa hora atividade pra isso? Eu mesmo e sei que você também e outros que conheço, passam sábados e domingos preparando aulas em casa, pois do contrário, é difícil manter o nível mesmo! Beijos. Marilise.

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  3. Boa tarde a todos.
    Lendo o texto, vendo alguns comentários de colegas e fazendo uma reflexão sobre o tema em questão, chego há um pensamento, que não sei ao certo, se conseguiremos achar um denominador comum. Mas a evasão está aí, e não podemos fechar os olhos para ela. Está pelo que noto e vejo no dia a dia, principalmente no período noturno.E quero crer eu que os motivos para ela acontecer, está bem mais externo que interno, e porque digo isso, pra fora dos portões escolares ao ponto de vista de muitos jovens, o lado de fora é muito mais atrativo e pode trazer emoções mais fortes, novas experiências,mais liberdade (não que eu ache que escola prende ou faça outra coisa semelhante), em resumo a rua ou mesmo em casa "as coisas são mais legais". E os professores do noturno da escola, vejo que estão sempre se esforçando para que suas aulas sejam dinâmicas, interessantes, incentivadoras, e ainda com várias atividades externas, onde se procura mostrar a pratica de algum assunto visto em sala de aula. E falando um pouco da nossa escola no aspecto de infra-estrutura, ela também faz a sua parte, pois temos uma escola equipada (claro que, com os poucos recursos disponíveis, e ainda faz milagre com esse pouco) possuímos auditório com equipamentos para aulas e palestras, laboratórios de informática, entre outros. Então ela também faz sua parte, para manter a escola atrativa para o aluno. E mesmo com tudo isso, estamos aqui discutindo o problema de evasão. Então esse luta contra a evasão, não é fácil, será que um dia os estudantes em geral e suas famílias, sim suas famílias, pois ninguém me tira da cabeça, que muitos dos problemas que enfrentamos dentro da escola, seriam minimizados se as famílias fizessem sua principal parte no contexto da educação.Pois aquela velha frase ainda vale: "educação vem de berço", nós apenas devíamos transmitir conhecimento. E deixo uma pergunta: "Será que devemos nós corpo discente, devemos ser treinados, para evitar a evasão escolar??". Daqui a pouco vai ser mais um curso, valendo pontuação, para avanço na carreira dos educadores.

    Vilmar Marques
    Administração.

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    1. Olá professor, vejo que sua colocação esta bem real no que diz respeito ao lado de fora da escola, principalmente no noturno onde esta situação é mais frequente, mas acredito que e este ano esta melhorando, pois justamente a família esta vindo a escola os alunos mais presente,a evasão noturna sempre existira por menor que seja, mas o que importa é importa que a nossa escola já detecta os motivos vamos todos cada um com sua parte evitar que seja por sua causa,escola(professor), aluno, pais,sociedade e órgãos encarregados.
      um abraço Ana

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  4. Estar atento aos problemas e tentar da resolver da melhor forma possível é ter como objetivo um curso técnico ou ensino médio de qualidade.
    Os alunos desistentes normalmente reclamam do cansaço, horário de trabalho inflexível, ou o não acompanhamento das matérias por estarem a muito tempo fora de sala de aula.
    Motivos para estarem fora do ambiente escolar sempre existirão tentar então uma junção entre professores alunos e equipe pedagógica a fim de diminuir essas causas pode ser o diferencial.
    Prestar atenção aos sinais dados pelos alunos que estão pensando em desistir e talvez mudar essa idéia seria de suma importância, não só tentar buscar os que já desistiram, mas evitar que o façam.
    Claro que ter um ambiente equipado, professores com melhores salários e com atualização de conhecimentos, é de suma importância, mas se ficarmos no aguardo disso para ter um menor índice de evasão acabaremos desempregados ou pelo menos tendo de procurar outro colégio para dar aula, pois como vimos a previsão é de que se feche turmas, então temos de nos unir e buscar soluções para ontem, e que possam ser tomadas por nós por enquanto.

    Josiane / Informática

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    1. Olá Josi,
      É isso aí, é exatamente esse o ponto de partida, para realizar a corrida com sucesso, e conluí-la vencedor. Nossa união, dentro de ações possíveis, que estão à nosso alcance, com segurança e determinação. Sem deixá-la pra depois. ótima colocação!
      Simone

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  5. 1) O principal fator interno que gera evasão na escola, creio ser a infraestrutura da mesma, falta de instalações adequadas, principalmente laboratórios.

    2) Acredito que o trabalho docente não contribui para evasão, a não ser em raros casos, onde o aluno não tolera um determinado professor ou o professor não tolera um determinado aluno.

    3) Creio eu que nenhum conhecimento de planejamento evitará a evasão escolar .
    4) A maior dificuldade de lidar com a evasão é o sentimento de impotência para resolver o problema que provoca um certo desanimo no professor.

    Elias

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  6. Os fatores internos sempre estarão diretamente atrelados aos fatores externos, que como discutimos no primeiro textos, são os mais diversos possíveis. O que é claro, não justifica o total de dificuldades internas, mas deixa bem poucas sem respaldo.
    Pessoalmente, sofro algumas vezes do mesmo mal que a maioria de nossos alunos, a desmotivação. Porém é claro, gerada por causas bem distintas. Como, a falta de retorno do aluno, e/ou de seu responsável, além do descaso de vários frente à necessidade do estudo. MOTIVOS para isso? Todos julgam ter. Mas que julgamento seria esse, realmente coerente? Enfim, critérios são critérios.
    Bem colegas, não vou deprimir, e sim agir. Porque muitos de nós que estamos hoje aqui, estão por acreditar na educação. A luz no fim do túnel, como dizem... está nos exemplos de alunos batalhadores, que enfrentam suas dificuldades, e nos colegas, que não são um ou dois, mas sim vários, que agem não apenas com suas palavras, mas com a força de ação que essas contém.
    Vamos lá colegas!
    Simone Grachiki

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  7. Como diz o texto sobre os direitos da criança/adolescente, são varios artigos,nós adultos enquanto sociedade devemos garantir a eles seus direitos,cada um deve fazer sua parte,não só escola professor famímlia e governo cada um fazendo a sua lição de casa,o problema há de ser amenizado,, mas não sera totalmente solucionado,pois depende também do interesse do jovem frequentar o ambiente escolar,e ter plena conciência que o maior beneficiado sera ele mesmo,pois vale apena estudar.
    Ana Lucia Artes.

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  8. Olá João tudo bem?

    Compartilho de suas colocações quando aponta que há tempos a escola busca medidas para solucionar problema como este de evasão, dentro das disponibilidades que nos assiste. Não sei se já foram feitas tentativas como as citadas: “TESTES VOCACIONAIS DO PRIMEIRO AO TERCEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO, MONTAR EQUIPE MULTIDISCIPLINARES QUE VISITEM OS FAMILIARES DAQUELES EDUCANDOS QUE APRESENTAM MAIORES DIFICULDADES”. Mas já presenciei muitas vezes em particular a coordenadora do curso técnico em meio ambiente, buscar solucionar os problemas enfrentados pelos alunos do curso do noturno incentivando-os a encontrar meios para prosseguir com os estudos. Seja em âmbito de trabalhos de conclusão de curso, oportunidade de emprego, mantendo contatos dentro e fora do Colégio, usando das redes sócias como e-mail para manter o grupo unido, através informativos semanais, ora bimestrais, mensagens de bom ânimo até mesmo na procura por estágios remunerados. Fazemos parte do que chamo aqui de professor olheiro, estamos sempre alerta para evitar a desistência do aluno seja ele de ordem pessoal ou profissional o diálogo nos ajudou e nos ajudar a primar pelo êxito pessoal de cada aluno. Por este motivo volto a concordar contigo no sentido de oferecermos “PROJETO DE INCENTIVO AO BOM ALUNO”. Sem dúvida a valorização do conhecimento assimilado pelo aluno, poderá contribuir como mais uma ferramenta que valoriza a qualidade do aprendizado.
    A professora Josiane mencionou muito bem, nosso anseio para que isso se efetive quando disse: “temos de nos unir e buscar soluções para ontem, e que possam ser tomadas por nós por enquanto”, reverter o quadro de desinteresses ao qual estamos acostumados a ver não é tarefa fácil, mas estamos no caminho certo, dialogo e oportunidade de democratizar.
    Vagna Ap. S. Munhão.















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    1. Diálogo e ânimo! Entusiasmo e persistência!
      Pitadas disso todo dia!
      Afinal, somos educadores e, mesmo em tantos percalços, temos de continuar acreditando e lutando por uma escola... por uma educação melhor!

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  9. Boa noite a todos!

    Ao ler os comentários percebo que estamos lidando com um fenômeno muito complexo,a evasão, que envolve inúmeras variáveis. Independente de quaisquer causas sociais, muitas delas fora da alçada da escola, temos as causas motivacionais. Creio que é pela motivação que podemos instigar alguém a realizar um trabalho ou um projeto de vida, como é o caso dos alunos dos cursos técnicos. Podemos encontrar duas formas básicas de motivação: a intrínseca e a extrínseca. Na motivação extrínseca, tudo vem de fora do sujeito: dinheiro, reconhecimento e notas escolares. Explicando melhor, o aluno que se pauta nessa motivação depende sempre que lhe sejam dados "empurrões", ou seja, busca um pontinho aqui, outro acolá, enfim é aquele aluno que sempre entrega na última hora, no último momento e na maioria das vezes, quando não entrega no dia, pergunta ao professor: "dá pra dar um trabalhinho para melhorar a nota?"
    O aluno com motivação intrínseca sabe que seu sucesso, não depende apenas de nota. Ele sabe que é sua atitude que determinará seu sucesso pessoal, escolar e profissional. Portanto, ele é responsável pelas datas determinadas para entregar seus trabalhos e nunca deixa para estudar um dia antes das avaliações. Peço a gentileza para os colegas professores que perguntem aos seus alunos quantos deles estudam com antecedência para a suas provas. Quantos estudam um dia antes ou pior, no dia da prova na aula de outro professor?
    Com certeza esse aluno é motivado apenas extrinsecamente. Ele será aquele futuro profissional que trabalhará apenas por retribuição financeira e não para contribuir para a sociedade com os seus talentos e aptidões. Como professores nós devemos estar atentos ao comportamento de nossos alunos e procurar ser um "facilitador motivacional". As pessoas que são automotivadas encontram um caminho para a superação de suas dificuldades. Encontram forças e tempo para suas obrigações, inclusive escolares. Não podemos em pouco tempo mudar uma pessoa. Podemos ser exemplos dessa motivação intrínseca sendo professores responsáveis, assíduos e comprometidos na arte de ensinar. Independentemente das políticas públicas que tanto afetam a educação e qualidade de ensino e valorização do educador.

    Marcos Gomes

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    1. Bravo, professor Marcos!
      Sintetizou muito bem o que contribui para um educação melhor!

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  10. 1.Quais os fatores internos geram evasão em nossa escola?
    A temática da evasão é muito complexa e não se define, por simples fatores. Acredito que podemos melhorar, enquanto resolução interna da escola, o levantamento dos alunos faltosos e as associações como já têm sido feitas, com o Conselho Tutelar, dentre outros. E por parte dos professores, o aviso ao setor pedagógico dos alunos faltosos, a mudança metodológica para tornar as aulas mais significativas aos alunos trabalhadores e o vínculo com as turmas. O olhar diferenciado para este aluno.


    2. Como o trabalho docente contribui ou não para a Evasão?
    Como apresentei acima, o trabalho docente se inicia com o olhar diferenciado do professor para com os alunos, a criação do vínculo para que ocorra a aprendizagem e a revisão das questões metodológicas, para tornar os conteúdos mais significativos aos alunos trabalhadores. Os mesmos gostam de falar de suas vivências, que devem ser, sempre que possível, usada para a contextualização dos conteúdos.

    3. Que conhecimentos são necessários aos profissionais da educação para planejar o trabalho escolar com vistas de prevenir a evasão?
    Acredito que o estudo de quem são os alunos trabalhadores ou melhor, os trabalhadores que tornam-se alunos. A questão metodológica, para adequação dos conteúdos que devem ser transpostos para a realizada, com retomada contínua e com acompanhamento de fato processual da aprendizagem, para o aluno se sentir amparação, visualizado pela instituição escolar.

    4. Quais dificuldades encontramos em nosso cotidiano para lidar com o problema da evasão?
    A escola, para o aluno é menos atrativa que a sociedade e o mundo midiático. Na primeira dificuldade, muitos alunos da noite desistem da escola. Sempre pergunto dos alunos faltosos, os incentivo a darem continuidade aos estudos, mas é um trabalho a longo prazo, porque o aluno vem para a escola noturna na busca de uma certificação para manter-se no trabalho.
    O texto apresentou várias questões legais e sociais que interferem no andamento do trabalho pedagógico. Acredito que devemos continuar a fazer o nosso papel de instituição escolar, mas tendo o olhar diferenciado para o aluno trabalhador, sempre adequando a metodologia, visando rever e aprofundar os conteúdos básico, que perpassam em todas as áreas do conhecimento, a leitura, a escrita, a interpretação e o raciocínio lógico.
    Michele P A Santos.

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  11. O texto sobre evasão enumera muitos pontos relevante sobre a evação o que nos resta é tentar descobrir de tantos elementos àquele que cabe a nós. E como muito bem disse o texto, a função não é apenas da escola, embora alguns apontam o professor como produto do fracasso escolar, por exemplo a colocação de(Fukui 1983). Penso que olhar o passado pode nos ajudar a entender o futuro, parece que os alunos estão sem limites e cresceram assim,a partir de algumas décadas, os pais na maioria não os controlam e a escola também, embora esta como uma instituição e a que contém o saber busca formas de ajudar até mesmo a família. Este trabalho é alongo prazo, mas precisa de motivadores de agentes motivadores na escola, na sociedade em geral, nas igrejas, enfim, noto que nossa escola conta com uma equipe educacional interessada em mudar esta realidade, em outros tempos o número de pais vindo a escola nas reuniões era bem reduzido, não chegava às vezes a uma dezena de pais, hoje é diferente, e com a família junto da escola o trabalho em conjunto será bem mais frutífero. Esse é um ponto, mas envolve tantas coisas, tive uma aluna que teve a opção de rejeitar um emprego, para não chegar atrasada nas primeiras aulas, mas este é um caso, outro deixam de estudar para trabalhar, ou seja talvez a necessidade maior é o trabalho, penso que deveria haver uma lei que Protegesse efetivamente o aluno trabalhador, de modo a poder sair do trabalho a tempo de não perder a primeira aula, mas vivemos num mundo ambicioso, e como há muita gente para trabalhar é melhor pegar um que não leve problemas para a empresa. Diante deste imenso patamar de evasão o que cabe a nós como educadores é motivar ao máximo nosso educandos da importância do conhecimento formal para a vida para o futuro, tentando fazer com que o aluno tenha perspectiva de vida, de trabalho, acredite que o mundo exige sim, a escola exige uma ótima formação o mercado de trabalho sim é competitivo e é isso que ele precisa entender, pois parece que o estudo já não é mais importante na vida das pessoas. Alguns alunos dizem: " eu não vou estudar, conheço muitos que se formaram e não arrumaram emprego na área" eu respondo sempre: mas você vai arrumar porque você vai ser um constante pesquisador em sua àrea é disso que precisamos trabalhadore que constantemente estejam buscando formação assim como nós professores.

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  12. Após a leitura dos textos vem a seguinte pergunta?
    Este aluno evadido tem uma história e esta história perpassa pelo viés do seu ingresso na escola. Como foi? Qual a razão da repetência? O por quê de colocar a escola em segundo plano?
    É bem salutar quando o professor Marcos fala da motivação e esta motivação precisa ser um hábito como qualquer um outro (ex: escovar os dentes 5x ao dia) todos somos sabedores do prejuízo que nos causará se não estudarmos porém não existe o hábito (o mesmo ocorre com a falta da escovação). Mas este hábito deve ser estimulado desde o inicio da vida escolar do sujeito para que ele compreenda que é um ato extremamente importante para sua vida.
    A despeito disto, o que se observa é que, a evasão deve ser analisada com uma visão sistêmica, pois implica diversos fatores internos e externos a escola que merecem muitos estudos e muitas discussões.

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